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Por Ildo Mello 07 ago., 2023
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Por Ildo Mello 02 ago., 2023
A Doutrina do Livre Arbítrio Baseado no artigo do Dr. Leighton Flowers https://soteriology101.com/2016/07/20/the-doctrine-of-free-will/ Livre arbítrio é a capacidade de fazer escolhas sem coerção externa. Existem debates sobre até que ponto esse livre arbítrio deve ser entendido em relação às pessoas. Duas visões principais são o compatibilismo e o libertarianismo. A visão compatibilista defende que a liberdade de uma pessoa é restrita por sua natureza. Ela só pode escolher de acordo com sua natureza, seja pecaminosa ou regenerada. Versículos como 1 Coríntios 2:14; Romanos 3:10-12; Romanos 6:14-20 são usados para demonstrar que o incrédulo é incapaz de escolher a Deus por sua própria vontade, pois não pode receber as coisas espirituais, não consegue responder com fé e arrependimento à pregação do Evangelho e estaria restrito a fazer escolhas pecaminosas. A partir dessa perspectiva, concluem que qualquer pessoa que crê em Deus (João 3:16; 3:36) o faz porque Deus lhe concedeu essa fé (Filipenses 1:29), o fez nascer de novo (1 Pedro 1:3) e o escolheu para a salvação (2 Tessalonicenses 2:13). Vejamos as questões do compatibilismo à luz das Escrituras: Embora concordemos que a liberdade de escolha da humanidade está restrita aos limites de sua natureza, discordamos sobre quais são esses limites em relação à humanidade pecadora. Por exemplo, um homem não é livre para bater os braços e voar pelo mundo, não importa o quanto ele queira fazê-lo. Ele está confinado por suas habilidades físicas. Da mesma forma, existem limites morais nas habilidades da vontade do homem pecador. Concordamos que a humanidade nasce incapaz de cumprir voluntariamente todas as exigências da lei para merecer a salvação. E também concordamos que a humanidade está escravizada ao pecado. No entanto, discordamos que um homem nasce incapaz de admitir voluntariamente que está em cativeiro e precisa de ajuda - especialmente à luz da revelação graciosa, inspirada pelo Espírito Santo e clara de Deus - por meio da lei (um tutor) e do evangelho com seu poderoso apelo à reconciliação. Podemos supor que um homem nasceu em uma cela de prisão e nunca lhe disseram que ele estava em uma cela. Ele simplesmente desconhecia qualquer coisa fora das paredes de seu mundo. Todos concordamos que o homem nasce em cativeiro e incapaz até mesmo de reconhecer sua posição. No entanto, suponha que alguém entrasse em sua cela e lhe contasse sobre o mundo fora das paredes. O fato de ter nascido em cativeiro prova que ele é incapaz de ouvir o mensageiro e acreditar em sua mensagem? Claro que não. Podemos reconhecer a escravidão do homem desde o nascimento sem assumir que ele também nasceu incapaz de acreditar no testemunho dos mensageiros enviados com o propósito de ajudá-lo a se libertar. A crença de que um homem nasce em uma cela de prisão é distinta da crença de que o homem é incapaz de reconhecer que está em uma cela de prisão e aceitar ajuda para escapar quando ela é claramente oferecida. Os calvinistas apontaram para passagens que provam que a humanidade nasceu na cela, enquanto assumem que a humanidade é incapaz de admitir humildemente que está em uma cela e confiar em Cristo para libertá-la. Nenhuma passagem em todas as escrituras sugere que os homens caídos são incapazes de responder voluntariamente ao próprio apelo de Deus para serem reconciliados com Ele e libertos de sua condição caída. Versos como 1 Coríntios 2:14; 3:10-12; Romanos 6:14-20 são utilizados para demonstrar que o incrédulo é incapaz de escolher a Deus por sua própria vontade, pois não pode compreender as coisas espirituais, nem praticar o bem, pois é escravo do pecado. Vamos examinar cada um desses textos para entender exatamente o que eles ensinam: 1 Coríntios 2:14 – "O homem sem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente." Neste verso, fica claro que o homem sem o Espírito Santo não pode compreender as coisas espirituais por si só. Ele precisa do auxílio do Espírito para discernir essas verdades. Mas isso não significa que ele é incapaz de receber ajuda ou instrução por meio de outras pessoas que têm o Espírito. Paulo está escrevendo aos crentes carnais em Corinto, e a própria epístola é um meio de auxílio para seu discernimento espiritual. No entanto, ele critica esses "irmãos" da igreja de Corinto por ainda serem imaturos em sua fé e não conseguirem compreender verdades mais profundas (1 Coríntios 3:1-3). Assim, esse texto não pode ser usado para ensinar que os não regenerados são incapazes de compreender e responder com fé e arrependimento ao apelo do Evangelho. As Sagradas Escrituras, explicadas pelos Apóstolos, são um meio capaz de produzir o devido discernimento aos ouvintes e leitores (Efésios 3:4). Vamos examinar o restante dos textos em outra resposta, para garantir uma melhor compreensão e análise de cada um deles. Romanos 3:10-18 – "Como está escrito: Não há justo, nem um sequer; não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos eles se desviaram, juntos se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não, nem um sequer. A garganta deles é um sepulcro aberto; com suas línguas usaram de engano; o veneno da víbora está sob seus lábios. Cuja boca está cheia de maldição e amargura; seus pés são rápidos para derramar sangue; destruição e miséria estão em seus caminhos; e o caminho da paz eles não conheceram; não há temor de Deus diante de seus olhos." Esse trecho de Romanos 3:10-18 enfatiza que ninguém é justo segundo as obras da lei e que todos estão afastados de Deus por causa do pecado. Ele mostra que, por nossos próprios esforços, somos incapazes de alcançar a justiça e a salvação. No entanto, esse fato não implica automaticamente que somos incapazes de alcançar a justiça pela graça por meio da fé. O próprio apóstolo Paulo apresenta, no versículo 21 deste mesmo capítulo, os meios pelos quais o ser humano pode alcançar a justiça pela fé e não por meio da lei. Os calvinistas podem interpretar que a prova de nossa incapacidade de ganhar justiça por meio de nossas próprias obras também indica nossa incapacidade de confiar na justiça imputada de Cristo. No entanto, essa interpretação pode ser questionada, pois provar que os perdidos não podem buscar a Deus não necessariamente prova que eles são incapazes de responder a um Deus que busca ativamente salvar os perdidos. Um exemplo para esclarecer essa questão é: provar que não posso ligar para o presidente não prova que não posso atender o telefone se o presidente decidir me ligar. Da mesma forma, a nossa inabilidade de buscar a Deus por nossos próprios méritos não necessariamente implica que somos incapazes de responder positivamente ao chamado de Deus para a salvação, por meio de Sua graça e misericórdia. Em suma, os versículos de Romanos 3:10-18 destacam a incapacidade humana de alcançar justiça pelas obras da lei, mas não invalidam a possibilidade de resposta positiva à graça de Deus, que busca ativamente salvar os perdidos. A graça de Deus pode agir sobre aqueles que são incapazes de buscar a Deus por si mesmos, oferecendo-lhes a oportunidade de crer e serem salvos. Romanos 6:14-20 (NVI) – "Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça. O que então? Devemos pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De maneira nenhuma! Vocês não sabem que, quando se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, são escravos daquele a quem obedecem: seja do pecado, que leva à morte, ou da obediência, que leva à justiça? Mas graças a Deus porque, embora vocês fossem escravos do pecado, passaram a obedecer de coração à forma de ensino que lhes foi transmitida. Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da justiça. Falo como humano, por causa da fraqueza de vocês. Assim como vocês ofereceram os membros dos seus corpos em escravidão à impureza e à maldade que leva à maldade, ofereçam-nos agora em escravidão à justiça que leva à santidade. Quando vocês eram escravos do pecado, estavam livres da justiça." Embora Paulo certamente afirme que o ser humano costumava ser escravo do pecado, ele nunca remotamente sugere que seja incapaz de admitir esse fato à luz da revelação de Deus por meio da lei (um tutor enviado para revelar nossa necessidade) e do poderoso apelo do evangelho (a dádiva de Deus para suprir essa necessidade por meio da fé). Paulo descreve a maneira pela qual alguém sai de sua escravidão na passagem acima. Ele escreve: "vocês passaram a obedecer de coração à forma de ensino que lhes foi transmitida. Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da justiça". Ele fala da obediência ao ensino que ele e os outros apóstolos trouxeram. Além disso, Paulo fala da escolha do cristão de "se oferecer como escravo", sendo responsável por essa escolha. Nada é dito sobre algum trabalho interno eficaz ou irresistível pressuposto pelos calvinistas. Tanto que o cristão corre o risco de voltar a viver segundo a carne (Romanos 8:13). Nada nas três passagens listadas chega perto de sugerir que a humanidade é incapaz de admitir que precisa de ajuda quando o próprio Deus a oferece. Pelo contrário, a mensagem é sobre a possibilidade de libertação do pecado e da escravidão, bem como a escolha de se oferecer à justiça que conduz à santidade. A graça de Deus é proclamada como o meio para a salvação e a obediência à Sua vontade. O livre-arbítrio é a capacidade da vontade humana de praticar ou não uma determinada ação moral. No contexto da soteriologia, isso significa a capacidade da humanidade de aceitar ou rejeitar o apelo de Deus para ser reconciliada por meio da fé em Cristo. A Bíblia nos mostra que a humanidade é considerada responsável por como responde a Cristo e Suas palavras (João 12:48). Portanto, não há base bíblica ou teológica para sugerir que a humanidade nasça incapaz de responder às Suas palavras poderosas e vivificadoras (Hebreus 4:12; 2 Timóteo 3:15-16; Romanos 10:17; João 6:63; 20:31). De fato, muitos textos bíblicos sugerem que a humanidade é capaz de argumentar com Deus e responder livremente à Sua revelação: “Lavai-vos, limpem-se; remova o mal de suas ações diante de meus olhos; pare de fazer o mal, aprenda a fazer o bem; busque a justiça, corrija a opressão; faça justiça ao órfão, pleiteie a causa da viúva. Venham, vamos raciocinar juntos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã. Se você estiver disposto e obediente, você comerá o melhor da terra; mas se você recusar e se rebelar, você será devorado pela espada; porque a boca do Senhor o disse.” (Isaías 1:16-20) Aqui, vemos que Deus faz um apelo ao Seu povo, convidando-os a abandonar o mal e buscar a justiça. Ele oferece a possibilidade de serem purificados e perdoados, mas também os adverte sobre as consequências da recusa e da rebelião. Essa passagem e muitas outras na Bíblia mostram que a humanidade é capaz de responder às palavras de Deus, escolhendo obedecer ou se afastar. Portanto, a ideia de que a humanidade nasce incapaz de responder positivamente ao convite de Deus não encontra apoio nas Escrituras. O livre-arbítrio é um dom dado por Deus, que nos capacita a tomar decisões morais e responder às Suas palavras e chamados. Calvinistas alegam erroneamente que todas as seitas ensinam a visão libertária do livre arbítrio, mas isso não é verdade. De fato, o Islã, o ateísmo naturalista e o gnosticismo antigo se apegavam a formas de determinismo, onde a vontade humana é considerada limitada ou mesmo inexistente em suas escolhas. Os não-calvinistas, por sua vez, defendem que a humanidade é responsável por crer e se arrepender do pecado, mas isso não significa que a salvação está "ao alcance dos pecadores", como afirmam equivocadamente os calvinistas. Ser capaz de se arrepender e ter fé não implica ser capaz de salvar a si mesmo. É como sugerir que, porque o filho pródigo escolheu voltar para casa, o pai era obrigado a aceitá-lo e restaurá-lo POR CAUSA de sua escolha de voltar. O filho, por si só, foi responsável por sua decisão de retornar, enquanto apenas o pai foi responsável por sua escolha de aceitá-lo e restaurá-lo. A obrigação do pai decorre de sua própria bondade e graça, não por causa da escolha do filho. Essa analogia simples ilustra que a responsabilidade humana de crer e se arrepender não deve ser confundida com a capacidade de salvar a si mesmo. Da mesma forma, um pecador, mesmo estando em um estado espiritualmente morto, pode "cair em si", reconhecendo seu estado miserável, mas sua salvação depende totalmente da misericórdia do Pai celestial. Essa mensagem do evangelho é clara e não deve ser obscurecida ao combinar erroneamente duas escolhas distintas. A humanidade tem a responsabilidade de responder ao chamado de Deus, mas é pela graça e misericórdia divina que a salvação é alcançada. Calvinistas apelam para o texto a seguir para afirmar que a incapacidade para mudar a si mesmo é o mesmo que a incapacidade para reconhecer a necessidade de mudança e de auxílio para tanto. Jeremias 13:23 (NVI) diz: "Pode um etíope mudar a sua pele? Pode um leopardo alterar as suas pintas? Então, como vocês, que estão acostumados a fazer o mal, podem praticar o bem?" Essa analogia não nega a capacidade da humanidade de reconhecer suas falhas e necessidade de ajuda diante da clara revelação de Deus. Comparar a incapacidade humana com a possibilidade de admitir sua necessidade de mudança é uma inferência errônea feita pelos calvinistas. Romanos 5:10 (NVI) diz: "Pois se nós, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida!" De acordo com 2 Coríntios 5:20, Cristo faz Seu apelo através de nós para que nos reconciliemos com Deus pela fé. O calvinista parece presumir que é preciso estar reconciliado antes de poder responder voluntariamente ao apelo de Cristo à reconciliação, colocando a ordem das coisas de forma equivocada. A verdade é que o chamado de Deus é gracioso e convida a humanidade a se reconciliar com Ele pela fé, independentemente de qualquer condição prévia de reconciliação. A fé precede a regeneração, ela vem pelo ouvir a Palavra de Deus e não pela regeneração. (João 1:12-13; 3:16; 5.40; Atos 16:31; Romanos 10:9; Efésios 2:8-9). Romanos 8:7 (NVI) diz: "Porque a mentalidade da carne é inimiga de Deus, pois não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo." O fato de a humanidade não poder cumprir as exigências da lei não implica que ela seja incapaz de humildemente admitir esse fato à luz dos graciosos apelos de Deus. Não poder merecer a própria salvação pelas obras da lei não significa que a humanidade não possa confiar naquele que cumpriu a lei. A mensagem do evangelho é justamente sobre depender da obra de Cristo e Sua graça para a salvação, reconhecendo a própria incapacidade de salvar-se pelas próprias obras. Outros versículos relacionados às escolhas de livre arbítrio dos pecadores: João 1:13 (NVI) - "os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum ser humano, mas nasceram de Deus." Claramente, João está se referindo ao novo nascimento espiritual, que não é resultado da linhagem ou dos esforços humanos, mas é um ato de Deus. O contexto indica que alguns israelitas, apesar de serem parte do povo escolhido, e de confiarem em seus próprios esforços em cumprir a Lei, não reconheceram nem receberam Jesus como o Messias. No entanto, aqueles que o receberam e creram em seu nome receberam o direito de se tornarem filhos de Deus. Isso destaca que o caminho da salvação não está na linhagem abraâmica e nem nas obras da lei, mas na responsabilidade humana de responder ao chamado gracioso de Deus e crer em Jesus para a salvação. Romanos 9:16 (NVI) - "Portanto, não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus." Neste contexto, Paulo enfatiza que a salvação não é alcançada por esforços humanos, mas é um ato da misericórdia divina. Isso não nega a responsabilidade humana de crer e responder ao chamado de Deus, mas destaca que a salvação é iniciada pela graça de Deus. Romanos 9:18 (NVI) - "Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer e endurece a quem ele quer." Este versículo aborda a questão da dureza de coração da nação de Israel. Romanos 11 também discute esse tema, mostrando que essa dureza não é definitiva (Romanos 11.26). Apesar de receberem muitos profetas e revelações de Deus, a maioria do povo de Israel resistiu ao Espírito Santo (Atos 7.51) e se recusou a se converter a Deus (Romanos 10.21). Jesus, ao citar a profecia de Isaías 6:9-10, destacou como o coração do povo de Israel estava endurecido, tapando os ouvidos e fechando os olhos para não se arrependerem. Por conta da constante rebeldia e teimosia do povo de Israel, Deus os entregou a sua própria dureza de coração. Sua misericórdia agora foi estendida aos gentios. Deus tem o direito de exercer sua misericórdia e endurecer o coração daqueles que resistem a Ele. Isso não nega a responsabilidade humana de responder ao chamado de Deus, mas enfatiza o papel de Deus na obra da salvação. Filipenses 1:29 (NVI) - "Porque a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele." Neste versículo, Paulo fala sobre a graça concedida aos filipenses de crer em Cristo e compartilhar de Seus sofrimentos. Deus, em Sua graça, concede aos seres humanos a capacidade de crer e suportar tribulações por causa de Cristo. Essa graça capacitadora não anula a liberdade de escolha humana, mas enfatiza a obra divina na salvação, capacitando-os a responder ao Evangelho. A graça de Deus se manifestou salvadora a todos, e Ele ordena a todas as pessoas em todos os lugares que se arrependam (Atos 17:30). Jesus é a luz que veio ao mundo para iluminar todo homem (João 1:9). Ele veio buscar e salvar os perdidos (Lucas 19:10). Quem quiser pode vir a Ele para ter vida (Apocalipse 22:17). A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:17). O Evangelho é proclamado para que as pessoas possam crer em Jesus e, crendo, ter vida em Seu nome (João 20:31). Portanto, a fé não é uma graça seletiva concedida apenas a alguns, mas Deus oferece a todos a oportunidade de responder com fé e arrependimento. Ele ama o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16). A salvação está disponível para todos que invocarem o nome do Senhor (Romanos 10:13), pois o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16). Portanto, a graça de Deus capacita a todos para crer e responder ao chamado da salvação. A fé é um presente disponível a todos que desejam se achegar a Deus por meio de Cristo. Livre Arbítrio como "Autonomia Humana" (a "separação" de Deus) A palavra "autônomo" significa ser independente, empreender ou executar algo sem controle externo. É frequentemente usada para descrever países, regiões ou grupos que têm o direito de se governar. No entanto, é importante esclarecer que o uso tradicionalista do termo não implica que a humanidade seja totalmente independente de Deus. Pelo contrário, Paulo enfatiza que tudo o que temos é recebido de Deus (1 Coríntios 4:7), incluindo nossas habilidades e capacidade de fazer escolhas. A Bíblia ensina que Deus é soberano e faz o que lhe agrada (Salmos 115:3). No entanto, também reconhece que Deus deu aos seres humanos um certo nível de "autonomia" ou "separação", pois os mais altos céus pertencem ao Senhor, mas a terra foi dada aos homens (Salmos 115:16). Isso significa que Deus, em Sua soberania, escolheu conceder liberdade limitada ao homem, permitindo-lhes fazer escolhas morais. AW Tozer esclarece que Deus decretou que o homem deveria ser livre para exercer escolhas morais, e quando o homem escolhe fazer o mal, não está contrariando a vontade soberana de Deus, mas cumprindo-a. O decreto eterno de Deus não decidiu qual escolha o homem faria, mas que ele teria a liberdade para fazê-la. É importante entender que defender o livre arbítrio não significa minimizar a soberania de Deus. Pelo contrário, reconhecemos que é por Sua soberania que Deus concedeu liberdade moral às Suas criaturas. Essa compreensão bíblica da autonomia humana nos permite enfatizar a soberania, o amor e a santidade de Deus, reconhecendo que Ele nos deu a capacidade de fazer escolhas e responder a Ele. http://www.heavendwellers.com/hdt_chapter_22_koh.htm Voltemos nossa atenção agora para o atributo da Santidade de Deus. A citação de Tozer em seu livro "O Conhecimento do Sagrado" defende a Santidade de Deus e não tem a intenção de minar outros atributos igualmente importantes do nosso Deus bom. A definição de Santidade muitas vezes envolve a ideia de separação ou ser apartado do comum. Coisas e pessoas podem ser consideradas sagradas quando são distintas do mundo e dedicadas a Deus. No entanto, ao aplicarmos essa definição ao próprio Deus, surge uma questão: do que podemos separar Deus para torná-lo santo? A própria divindade de Deus significa que Ele está separado de tudo o que não é Deus. Nesse sentido, Ele é totalmente santo. Alguns calvinistas falham em perceber que a defesa tradicionalista da autonomia humana não nega a soberania de Deus, mas enfatiza a Santidade de Deus como separado de tudo o que não é Ele. No entanto, outros argumentam que Deus é soberano inclusive sobre as intenções pecaminosas dos seres humanos. Ao falarmos da Santidade de Deus como separação, precisamos entender que Ele não pode ser separado de Si mesmo ou de Suas próprias escolhas. A Santidade perde seu significado em uma visão determinista onde tudo é meticulosamente determinado por Deus, pois não há nada que possa ser considerado como verdadeiramente separado Dele. Devemos compreender que a Santidade de Deus não nega a liberdade de escolha humana, mas destaca Sua soberania e separação de tudo o que não é Deus. Nossa compreensão da autonomia humana não busca minar a soberania divina, mas antes ressalta a obra graciosa de Deus capacitando a resposta do homem ao Seu chamado. Falar da Santidade de Deus como separação perde o sentido caso não haja algo externo a Deus do qual Ele se separe. Deus não pode ser separado de Si mesmo ou de Suas próprias escolhas. Se alguém insiste que Deus determina imutavelmente todas as inclinações pecaminosas da criatura para glorificar a Si mesmo, então como pode também afirmar que Deus é totalmente separado desses mesmos meios pecaminosos, mas auto-glorificantes? Isso equivaleria a afirmar que A não é A (Deus é separado, mas não separado). Ouça bem, ou Deus está implicado no mal moral ou não está. Ele é santo ou não é. Ele é separado (uma afirmação tanto da santidade divina quanto da autonomia humana) ou não é (uma negação tanto da santidade divina quanto da autonomia humana). A compreensão da Santidade de Deus como separação pressupõe a existência de algo que está fora de Deus e do qual Ele se distancia, sendo completamente diferente de tudo o que é impuro e pecaminoso. Se alguém acredita que Deus está soberanamente controlando todas as inclinações pecaminosas do homem para glorificar a Si mesmo, então não se pode afirmar que Ele é completamente separado dessas ações pecaminosas. Nesse ponto, é necessário estabelecer claramente se Deus é Santo, separado de toda impureza e maldade, ou se Ele está de alguma forma implicado no mal moral. A afirmação da santidade divina e da autonomia humana é fundamental para entender a natureza de Deus e a responsabilidade humana diante Dele. Se negarmos a autonomia humana, isso terá implicações diretas na compreensão da Santidade de Deus. Portanto, é vital reconhecer que Deus é verdadeiramente separado de tudo o que é mau, e que Ele concede liberdade de escolha aos seres humanos, possibilitando a resposta genuína ao Seu chamado e revelando Sua santidade. (1 João 1.5; Isaías 6.1-3; 1 Pedro 1.15-16). Baseado no artigo do Dr. Leighton Flowers publicado no link abaixo, fiz uma tradução livre, com algumas adaptações e desenvolvimento, mas procurando preservar todos os seus principais argumentos. https://soteriology101.com/2016/07/20/the-doctrine-of-free-will/ Bispo Ildo Mello
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Use sua voz e assuma suas atitudes. O caminho não é fácil, mas é o correto.
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